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Qualificação Mundial’2026
Uma goleada para Diogo Jota

Era a primeira vez que Diogo não estava fisicamente presente depois da tragédia que o transportou para a eternidade. Mas estava presente, sim, no espírito de todos, no seio da equipa, nos pequenos gestos, fossem eles no minuto de silêncio que antecedeu o jogo na Arménia (em sua memória, mas também do irmão André Silva e ainda de Jorge Costa) ou naquele golo de Cristiano Ronaldo que o destino determinou fosse ao minuto 21 (o número da sua camisola, agora na posse do seu grande amigo Rúben Neves), por sinal o momento pré-determinado para ser feita uma homenagem nas bancadas do estádio Vazgen Sargsyan, em Erevan. Ou ainda na dedicatória sentida de João Cancelo, que, após fazer o terceiro golo, entrelaçou as pernas sentado no relvado, simulando um jogo de vídeo de consola nas mãos. Era o primeiro jogo em que estava ausente. Mas Diogo Jota esteve sempre presente, porque é e será sempre um deles, um de nós. E a equipa portuguesa fez questão de o deixar vincado, de forma categórica: vitória no arranque da qualificação para o Mundial’2026, goleada por números expressivos (5-0) e com uma raça e determinação irrepreensíveis. Foi uma goleada para a eternidade e com dedicatória única e muito especial.

 

Na corrida pela presença na prova que está marcada para a América do Norte (EUA, Canadá e México), Portugal apresentou-se na Arménia com o título de vencedor da Liga das Nações e puxou dos galões. João Félix, lançado de início, marcou dois golos, o primeiro, à passagem dos 10’, correspondendo de cabeça a um grande cruzamento de João Cancelo; o segundo, que fechou o marcador (61’), de autor e com nota artística elevadíssima, de calcanhar no ar, depois de uma bela combinação com Gonçalo Ramos. Foi a estreia de João Félix a bisar pela selecção nacional.

 

Pelo meio, João Cancelo, que fez um daqueles jogos memoráveis, finalizou uma jogada por si iniciada e com rotação entre Ronaldo e Félix, enquanto Cristiano Ronaldo também marcou dois, o tal, especial e determinado pelos deuses, ao minuto 21, a finalizar um belo cruzamento de Pedro Neto, e o outro no início da segunda parte, com um remate espectacular de fora da área, daqueles de fazer levantar as bancadas. Foi o seu 140º golo pela selecção nacional e o 942º da carreira. Números estratosféricos do capitão.

 

O jogo serviu para fazer rotatividade na equipa, mas os números falam por si: a Arménia apenas por uma vez se atreveu a incomodar Diogo Costa, enquanto Portugal se superiorizou em todos os capítulos, com nove ocasiões claras de golo e 22 remates no total. Dominador absoluto. E no caso deste sábado, com golos das Arábias, que é como quem diz, marcados pelos portugueses que lá actuam.

 

A próxima jornada está marcada para terça-feira, em Budapeste, onde se prevê que a Hungria coloque outro grau de exigência à equipa portuguesa.