Qualificação Mundial’2026
Rúben Neves decidiu com Diogo Jota sempre presente
Há coisas que não se explicam, simplesmente acontecem. E que parecem predestinadas. Rúben Neves, melhor amigo de Diogo Jota, que tem uma tatuagem sua gravada na pele, que agora enverga a outrora sua camisola 21, encarnou a vontade, a garra, a paixão do jogador tragicamente desaparecido há três meses, e num assomo de inspiração e de acção divina desbloqueou o jogo com a República da Irlanda, já em período de descontos. Coincidência (ou talvez não), seria também o primeiro golo de Rúben com a camisola das quinas. Há coisas que não se explicam. Simplesmente acontecem. Como que a certificar que Diogo continua entre nós. Para os céus cintilantes de Alvalade a dedicatória especial e a homenagem; para Portugal três pontos que o colocam com pé e meio no Mundial das Américas.
Foi um jogo de sentido único este de Alvalade. Tal como já se previa que a Irlanda iria acampar no último terço, defender com todos e tentar bloquear todos os espaços ao detentor em título da Liga das Nações. Era preciso paciência, era preciso persistência, era preciso inteligência, era preciso nunca desistir. Foram 30 remates contra apenas 2 da Irlanda, sendo que destes 6 mais um (o de Cristiano Ronaldo ao poste, aos 17’) foram enquadrados contra nenhum do oponente.
O guarda-redes Kelleher ia brilhando, ora a travar o cabeceamento de Gonçalo Inácio, ora a bloquear remates de Bruno Fernandes ou Vitinha, mas onde mais se destacou foi no momento em que defendeu com o pé a grande penalidade marcada por Cristiano Ronaldo, que castigou uma mão de Dara O’Shea na área após uma acção do recém-entrado Francisco Trincão. Todavia, viria a ser completamente impotente para impedir aquele cabeceamento divino de Rúben Neves a cruzamento de Trincão, aos 90’+1’, que daria os três pontos a Portugal e o pleno vitórias ao fim de três jogos. O desfecho perfeito num final pleno de emoção e com uma dedicatória muito, muito especial.
A selecção nacional encontra na terça-feira a Hungria, novamente em Alvalade, num jogo que pode assegurar matematicamente a qualificação lusa para o Mundial’2026.



