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Portugal está na final do Euro'2016
Vocês são os nossos heróis!

Crença. Dedicação. Concentração. Determinação. União. Organização. Espírito. Astúcia. Humildade. Portugal é tudo isto e é por tudo isto, e por continuar a ser uno, que tem já presença garantida na final de Paris do Euro’2016, a segunda dos últimos 12 anos. Não, não empatou; não, não foi preciso nem prolongamento nem decisão por grandes penalidades; não, não foi fruto do acaso nem da sorte; sim, foi o resultado de enorme competência; sim, Portugal foi melhor do que o País de Gales. Fernando Santos garantira, há quase um mês, que só regressaria a casa no dia 11 de Julho. A promessa está cumprida. Obrigada Portugal.

 

O que mais sobressai nesta feliz caminhada é a excelência do trabalho de casa. Prioridade é sempre anular a força do adversário e depois, sim, exponenciar a sua própria essência, o seu talento e a sua filosofia. E de jogo para jogo a qualidade de Portugal vem crescendo, primeiro com a Croácia, depois com a Polónia e agora com o estreante País de Gales, de Bale. E nem sequer vale a pena falar nas já três grandes penalidades que ficaram por marcar noutros tantos jogos a eliminar (a última das quais aos 10 minutos do jogo de ontem, de Collins sobre Cristiano Ronaldo). Fazer das fraquezas força é uma virtude. E este conjunto de jogadores é absolutamente admirável, todos sem excepção, ou já não tenham todos sido utilizados por Fernando Santos (ressalva feita aos guarda-redes Anthony Lopes e Eduardo).

 

Bruno Alves, o único que não tinha um minuto sequer, foi o último exemplo disso mesmo na tarde/noite do nosso contentamento. Pepe, que até agora fora o melhor elemento do Europeu, não recuperou de problemas físicos e Bruno não o deixou ficar mal. Tal como Danilo, que entrou para o lugar do castigado William Carvalho. Tal como todos, desde Renato (excelente tacticamente), passando por Adrien ou por Danilo. Coesa, a equipa portuguesa não permitiu que Gales desenvolvesse o seu futebol (baseado e muito em transições rápidas) nos primeiros 20 minutos, altura em que rematara por uma vez com perigo (16’), por João Mário, depois de uma bela tabelinha com Cristiano Ronaldo. A partir daí, Gales tentou chegar à baliza de Rui Patrício, muito por Bale, mas sem atingir o objectivo.

 

Verdade seja dita, nunca efectivamente se sentiu que o golo de Gales (que não pôde utilizar os castigados Aaron Ramsey e o defesa Ben Davies) estivesse iminente, porque o sector defensivo português estava concentrado q.b., o mesmo não se passando do outro lado, do nosso lado, com Cristiano Ronaldo a ameaçar o que magnificamente concretizou ao minuto 50, num canto marcado à maneira curta. Sim, foi de bola parada (conta, não?). Cristiano Ronaldo disse siiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiimmmmm ao cruzamento de Raphael Guerreiro e, sem necessitar de escadote, subiu ao 99º andar (que elevação impressionante!) e levou ao delírio um país e mais uns milhões espalhados pelo Mundo. E Pepe, que na bancada pulou, pulou e pulou de contentamento. O capitão, que tem feito um Europeu admirável também pela sua entrega, espírito de equipa e de sacrifício, igualou Platini como melhor goleador em fases finais de Europeus (nove golos), e foi eleito, pela segunda vez na prova, o homem do jogo. A qualificação para a final de Paris decidiu-se quatro minutos depois, por Nani, que emendou um remate/assistência de Cristiano Ronaldo. E Pepe voltou a pular, a gritar, a esbracejar, a festejar.

 

Daí até ao final, Gales tentou dar um ar da sua graça, Bale, com um remate cheiinho de efeito, permitiu que também Rui Patrício brilhasse a grande altura com uma grande defesa, mas foi sempre a equipa portuguesa a estar mais próxima do terceiro, primeiro por João Mário na recarga a um remate de Nani, depois por Danilo e finalmente pelo capitão dos capitães, Cristiano Ronaldo, que lançado por André Gomes – que entrara para o lugar de Renato – rematou já sem ângulo para fora. Mas não havia problema. Portugal estava na final, na tão desejada final, marcada para 10 de Julho, em Paris. Vocês são os nossos heróis!