
Taça das Confederações
Vitória com história
E Portugal fez história em Moscovo. Pela primeira vez derrotou a Rússia na Rússia, pela primeira vez marcou um golo lá e Cristiano Ronaldo foi o czar que desembrulhou tudo isto, ele que tão habituado está a bater recordes e a escrever narrativas atrás de narrativas. Justíssimo embora o resultado tenha sido escasso, mas com os três esperados pontos assegurados, que colocam o campeão da Europa no primeiro lugar do Grupo A da Taça das Confederações.
Fernando Santos introduziu quatro alterações em relação ao jogo de estreia com o México, promovendo Bruno Alves (no lugar de José Fonte), Adrien (João Moutinho), Bernardo Silva (Ricardo Quaresma) e André Silva (Nani). E, contrariamente ao que acontecera há três dias, Portugal teve bola, domínio e oportunidades, jogou bem (principalmente na primeira parte) e marcou, logo aos 8 minutos, com Cristiano Ronaldo a dizer sim ao belo cruzamento da esquerda de Raphael Guerreiro. Foi o golo número 74 do capitão com a camisola das quinas e o seu 55º da temporada. Voltou a ser considerado o homem do jogo.
Bernardo Silva é um agitador por natureza e a sua natureza descende dos génios, por isso não se estranhou a qualidade do futebol que emprestou a uma equipa portuguesa que desperdiçou, desperdiçou, desperdiçou… Quer na primeira, quer na segunda parte, aqui gizando alguns lances muito bem construídos de contra-ataque. Cristiano Ronaldo teve mais três possibilidades, André Silva uma, Cédric idem e em quase todos estes lances um único denominador comum: o guarda-redes Akinfeev, que na sua 100ª internacionalização impediu que o resultado atingisse outros números, mais consistentes com o futebol praticado por Portugal.
Mesmo levando em consideração o sofrimento na parte final do jogo, porque os argumentos da Rússia limitavam-se ao lançamento de bolas para a área (e aí Bruno Alves e Pepe também foram imperadores), Portugal justificou plenamente a vitória e lidera agora o Grupo A (embora à condição), com quatro pontos, seguido pela Rússia, com três. México, terceiro (um ponto), e Nova Zelândia (a zero) têm um jogo a menos.