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Qualificação para o Euro’2020 adiada apesar de CR700
Foi um daqueles dias difíceis

Há dias difíceis e Portugal teve um desses na noite de Kiev, em que pouco, ou quase nada, correu bem. O apuramento para a fase final do Euro’2020 não está em risco, mas o objectivo de ser primeiro classificado do Grupo B esfumou-se e a derrota (2-1) reverteu a liderança a favor da Ucrânia, automaticamente qualificada e com lugar garantido no Pote 1 do sorteio para o torneio do próximo verão. E no meio de um daqueles dias assim, Cristiano Ronaldo fez história, ao apontar o golo 700 da carreira, precisamente no mesmo recinto onde conquistara a última Champions League ganha pelo Real Madrid.

 

A primeira derrota de Portugal desde que foi eliminado no Mundial de 2018 (Uruguai) começou a ser desenhada aos 6’, por Yaremchuk, de recarga a um remate de Krivtsov brilhantemente defendido por Rui Patrício, e foi reforçada 21 minutos depois por Yarmolenko, que desviou um cruzamento de Mykolenko. Numa análise simplista poder-se-á concluir que a Ucrânia, que tem uma bela e organizada equipa, fez, no total do jogo, 4 remates à baliza e marcou dois golos, enquanto Portugal fez 10 e apenas conseguiu um, sendo que teve ainda mais 13. E um deles a bater estrondosamente na trave, por Danilo, já nos descontos.

 

Foi mesmo um daqueles dias difíceis que se percebia ser impossível de contrariar, quer por aqueles que entraram de início (duas alterações em relação ao jogo realizado três dias antes, João Mário e Gonçalo Guedes na vez de Bruno Fernandes e João Félix), quer pelos que foram sendo lançados por Fernando Santos (João Félix, Bruno Fernandes e Bruma). Nélson Semedo repetiu a bela exibição do jogo com o Luxemburgo, Cristiano Ronaldo tentou de tudo e até apontou o histórico golo 700 da carreira (e o 95º ao serviço da selecção), de grande penalidade, mas nem o facto de a Ucrânia ter jogado os restantes 20 minutos com menos um jogador (a mão de Stepanenko na área resultou no respectivo cartão amarelo, que era o segundo) alteraria o desfecho que se adivinhava. Até porque se não era a pontaria menos assertiva, era o guarda-redes Pyatov a brilhar e até a trave a impedir, pelo menos, o empate, mais condizente com que se tinha passado em campo.

 

Como a Sérvia venceu a Lituânia (2-1), Portugal mantém o segundo lugar, mas agora com apenas um ponto de vantagem. Quer isto dizer que a selecção nacional continua a depender de si própria para garantir a qualificação automática nos dois jogos restantes, já no mês de Novembro, com a Lituânia (dia 14, no Algarve), e no Luxemburgo (dia 17). Sem dias difíceis.