
Mundial 2022 Qatar
Portugal garante quartos com vista para Marrocos
Foi bonito, foi épico, foi emocionante, foi brilhante, foi mágico até. A maior goleada dos oitavos de final do Mundial do Qatar pertence a Portugal, que bateu inapelavelmente a Suíça por 6-1 e assegurou de forma categórica a presença nos quartos de final, o que já não acontecia há 16 anos. Gonçalo Ramos fez hat-trick na estreia a titular, Pepe, Raphael Guerreiro e Rafael Leão também assinaram os seus nomes na história de um jogo em que João Félix esteve em praticamente todos os lances e contabilizou duas assistências.
Os golos foram o reflexo de uma exibição exuberante da equipa portuguesa, que para o embate com os suíços apresentou Gonçalo Ramos no lugar do capitão Cristiano Ronaldo e Dalot na posição de João Cancelo, para além dos regressos de Rúben Dias, Raphael Guerreiro, William Carvalho, Otávio, Bernardo Silva, Bruno Fernandes e João Félix. E, com excepção dos primeiros 15 minutos, a classe dos jogadores de Portugal, a inteligência, a qualidade individual e colectiva de todos os sectores, o prazer pelo jogo, a eficácia e eficiência definiram o apuramento.
Tudo começou com um golaço de pé esquerdo de Gonçalo Ramos, desmarcado por esse mágico que dá pelo nome de João Félix e que esteve em muitos outros, quase todos, os lances de profundidade da equipa portuguesa. Pepe, do alto dos seus magníficos e indecifráveis 39 anos, cabeceou nas alturas por entre dois defesas helvéticos, após um canto de Bruno Fernandes, levando Portugal para o intervalo com uma vantagem de dois golos.
A segunda parte abriu com o pistoleiro Gonçalo Ramos a bisar, desviando um cruzamento rasteiro de Dalot e, antes de assinar o primeiro hat-trick dos últimos 32 anos em jogos a eliminar (uma vez mais assistido por João Félix), já Raphael Guerreiro tinha também enchido o pé para o fundo da baliza dos suíços, após uma fantástica jogada do menino que descobre e cria espaços com uma simplicidade difícil de executar… menos para ele.
Apesar de totalmente manietada, a Suíça conseguiu o golo de honra por Akanji, na sequência de um canto, mas era tarde demais. Já com Cristiano Ronaldo, Vitinha, Ricardo Horta e Rúben Neves em campo, a meia-dúzia de golos de Portugal surgiu com a arte e o engenho do recém-entrado Rafael Leão, cujo sorriso de felicidade e deleite no momento do esplendoroso remate diziam tudo. Mais um grande golo do jogador português, que assim escrevia também o seu nome nesta noite histórica de Portugal.
A equipa portuguesa garantia desta forma contundente os quartos de final, que têm vista para Marrocos. O adversário que se segue deixou pelo caminho uma das favoritas à vitória da competição, a Espanha, num confronto marcado para o dia 10 (sábado). E o sonho continua.