Chegou ao fim a fase de grupos do Mundial do Qatar, com Portugal a terminar no primeiro lugar do Grupo H. Desta vez sem necessitar de recorrer a calculadora, nem mesmo após a derrota desta sexta-feira, frente à Coreia do Sul, que acabou também por ser qualificada, mas na segunda posição. O objectivo de encerrar este capítulo na liderança está cumprido. Venha agora o jogo dos oitavos de final, que se disputará dia 6 (terça-feira), com a Suíça.

Uma série de alterações no onze de Portugal, que manteve cinco jogadores em relação ao encontro com o Uruguai (Diogo Costa, Pepe, João Cancelo, Rúben Neves e Cristiano Ronaldo) e promoveu as entradas de Dalot, António Silva, Matheus Nunes, Vitinha, João Mário e Ricardo Horta para as saídas de Rúben Dias, Nuno Mendes (lesionado para o resto da prova), Bernardo Silva, William Carvalho, Bruno Fernandes e João Félix. Uma gestão do esforço de boa parte da equipa aliada à necessidade de acautelar que os “bi-amarelados” não iriam correr o risco de falhar o jogo dos oitavos-de-final.

Portugal entrou a vencer (5’) com um remate de primeira de Ricardo Horta, após um grande lançamento de Pepe a que Dalot deu o melhor seguimento, que é como quem diz cruzamento. O jogo esteve sempre controlado, mas houve duas excepções, ambas na sequência de lances de bola parada: a que deu o golo do empate (27’), num canto em que a bola bateu nas costas do capitão português antes de ficar à mercê de Young-Gwon; e já nos descontos (90’+1), em que um canto a favor de Portugal originou um contra-ataque veloz de Son, que correu e correu até encontrar Hwang, o autor do golo que derrotaria Portugal e que qualificaria a Coreia do Sul.

Pelo meio ficaram algumas ameaças de Portugal, quer na primeira quer na segunda parte, invariavelmente através da classe e inteligência de Vitinha, que promoveu sempre variações de velocidade e empurrou a equipa para a frente, ensaiando até o remate, como o que proporcionou uma grande defesa ao guarda-redes sul-coreano. Tudo indicava que a invencibilidade de Portugal iria prevalecer, mas no primeiro minuto dos descontos o contra-ataque da equipa de Paulo Bento foi venenoso e ditou a primeira derrota da selecção nacional, num jogo em que António Silva, com os seus 19 anos, entrou para a história, transformando-se no mais jovem jogador de sempre de Portugal a jogar uma fase final de um Mundial (Paulo Futre era o recordista).

Com seis pontos, Portugal termina a fase de grupos em primeiro lugar (com mais dois do que a Coreia do Sul, segunda classificada), e segue tranquilamente para os oitavos de final. Uruguai (terceiro) e Gana (último) ficaram pelo caminho.