Da euforia aos pés assentes no chão e ao gelo imposto pela vulcânica Islândia, que não sendo (como já se sabia) um primor conseguiu impor um frustrante empate a Portugal (1-1) no arranque do Grupo F do Euro’2016, que se realiza em França. Sim, Portugal entrou a meio gás; sim, soma apenas um ponto; não, nada está perdido e este foi apenas o primeiro jogo; sim, tudo está em aberto.

Os 27 remates da equipa portuguesa contra os apenas 4 dos vikings no somatório dos 90 minutos espelham de alguma forma o que aconteceu no Estádio Geoffroy Guichard, em Saint-Étienne. Portugal é e foi superior, deveria ter ganho, mas uma desconcentração acabou por ditar o resultado final. Coisas de futebol, como é comum dizer-se.

À parte os primeiros 10 minutos de entrada, e do calafrio provocado por Sigurdsson ao qual Rui Patrícia se viu obrigado a dupla defesa, Portugal assentou o seu jogo e foram diversas as oportunidades criadas que podiam ter resultado em golo. Vieirinha (18’), Nani (21’), Cristiano Ronaldo (23’) ou Pepe (26’) faziam prever o que aconteceria, mesmo, aos 31’, por Nani, num remate de primeira, após um belo trabalho de André Gomes e de uma tabelinha com Vieirinha. Acabou por ser o golo 600 da história dos campeonatos da Europa e o seu 19º em 97 internacionalizações. Nani seria, também, considerado o melhor em campo, ele que iniciou o jogo a titular depois dos problemas físicos de Quaresma. O mais difícil estava feito.

Logo após o regresso dos balneários, Cristiano Ronaldo também poderia ter aumentado o marcador, não fosse o remate ter saído ligeiramente ao lado, mas foi então que o típico jogo islandês deu frutos e Bjarnason (51’), livre de marcação junto ao segundo poste, rematou de primeira para o fundo das redes, marcando o primeiro golo da Islândia em fases finais de um europeu ou não fosse esta, também, a estreia absoluta do país nesta competição. Contra todas as previsões e contra a tendência do jogo.

Fernando Santos tentou tudo e já com Renato Sanchez, Ricardo Quaresma e Éder em campo, a ânsia do golo apoderou-se de Portugal e, mesmo sem a clarividência da primeira parte, a história poderia ter sido outra. André Gomes (60’), Nani (71’), Cristiano Ronaldo (73’), Ricardo Quaresma (78’), Pepe (82’) e novamente Cristiano Ronaldo (85’) ficaram a um palmo do golo da vitória. O capitão, aliás, somou 127 internacionalizações, igualando Figo, e é o primeiro português a disputar sete fases finais de grandes competições (4 europeus e 3 mundiais). Mas não, a estreia no Euro francês acabaria por ficar-se na divisão de pontos.

No outro jogo do grupo, a Hungria derrotou a Áustria (2-0) e é líder. Portugal volta a entrar em acção no sábado, em Paris, diante da Áustria.