Segunda jornada da Liga das Nações
Nota técnica, artística e bis de CR
Vitória com goleada num espectáculo prazeroso, de encher não só o olho, mas também a alma lusa. Portugal cumpriu com a Suíça a segunda de quatro jornadas com elevada nota técnica e artística, marcando quatro golos, mas deixando outros tantos por marcar, numa tarde/noite quase perfeita. Cristiano Ronaldo bisou e ainda participou no de William Carvalho, e João Cancelo fechou a contagem. Três dias depois de ter empatado com Espanha, a selecção nacional aguarda agora pela República Checa na liderança do grupo. E cheia de orgulho.
Classe, muita, a de Portugal, que apresentou seis alterações em relação à última quinta-feira, porque a gestão do grupo tem de ser uma prioridade quando se está perante quatro jogos no espaço de 11 dias. No repleto Estádio de Alvalade foi a vez de Rui Patrício, Nuno Mendes, William, Rúben Neves, Diogo Jota e Cristiano Ronaldo avançarem e com distinção nesta veraneante Liga das Nações, mas não sem antes apanharem um susto daqueles logo aos seis minutos, quando viram Seferovic empurrar a bola para a baliza, um golo que viria a ser escrutinado pelo VAR e devidamente anulado, por mão de Schar.
Foram 15 minutos em que a Suíça – que entrara em campo com o revés da lesão de Vargas no aquecimento – demonstrou a razão pela qual não é uma equipa qualquer e muito menos banal. Mas foi nessa altura que um livre de Cristiano Ronaldo permitiu a recarga de William Carvalho e o golo foi libertador para a selecção nacional, que aos 35 minutos viria a somar o segundo pelo pé do nosso contentamento do capitão, numa jogada belíssima de Bruno Fernandes e assistência de Diogo Jota. E o senhor golo repetiria o festejo quatro minutos depois, numa recarga bem-sucedida a remate do mesmo Diogo Jota. Bis de Cristiano Ronaldo, o seu 117º ao serviço de Portugal e o seu 815º da carreira como profissional.
A Suíça era então uma equipa destroçada enquanto Portugal exibia dotes, colectivos e individuais, que pareciam saídos do mais completo e exigente compêndio de bem jogar. E se mais golos podiam ter acontecido de forma natural – Otávio rematou ao lado, Pepe cabeceou ao poste direito, Diogo Jota por duas vezes viu o golo escapar por milímetros, Cristiano Ronaldo por mais três vezes, isto só para nomear algumas das 18 ocasiões construídas, 10 das quais à baliza, contra apenas cinco, uma à baliza, da Suíça – o marcador acabaria por fechar-se aos 68’, numa jogada brilhante entre Bernardo Silva (que entrara um minuto antes) e João Cancelo, que resultaria no remate para o quarto da autoria do lateral português. Entendimento perfeito entre ambos, com Bernardo a passar entrelinhas de trivela e com Cancelo a tirar o guarda-redes da frente e a rematar para o fundo da baliza.
Uma goleada vistosa em nota técnica e artística, que coloca Portugal no topo do Grupo 2 a quatro dias de receber a República Checa (com quem partilha a liderança, por via do empate de Espanha em Praga).