
Terminou Taça das Confederações
E a medalha vem mesmo para Portugal
Foram as grandes penalidades que afastaram Portugal da final da Taça das Confederações; foi uma grande penalidade que ofereceu o terceiro lugar da competição. É assim o futebol. A última medalha do pódio, a de bronze, vem para Portugal e foi conquistada com brio, profissionalismo, dignidade e empenho, num jogo de consolação de parcos atractivos e que, à partida, era de desalento, porque significava que a disputa pelo título estava completamente afastada. Mas não foi bem assim porque Portugal encheu-se de orgulho, empatou nos descontos, levou a decisão para prolongamento e venceu por 2-1 o México, terminando a sua participação na Taça das Confederações sem sofrer qualquer derrota. Da Rússia, com amor, para lá voltar dentro de um ano, aí sim, para um Mundial de proporções e interesse significativamente superiores à prova que agora termina.
Inúmeras caras novas na equipa portuguesa (Fernando Santos operou oito alterações em relação ao jogo com o Chile), mas nem por isso menor compromisso, aliás, longe disso. Começou bem Portugal, equilibrou o México, mas no essencial o que fica são as inúmeras oportunidades criadas, que apenas não foram convertidas ora por falta de pontaria, nalguns casos milímetros (Portugal detém o melhor ataque da prova, com 83 remates), ora por oposição do guarda-redes Ochoa, considerado, aliás, o homem do jogo. E começou a sê-lo logo aos 17’, quando bloqueou uma grande penalidade que André Silva não conseguiu concretizar, castigo máximo assinalado pelo vídeoárbitro, a castigar falta de Márquez sobre o avançado português. Acabou mesmo por ser o México a adiantar-se, mas por infelicidade de Neto, que desviou a bola para a baliza de Rui Patrício (54’), a única forma de o guarda-redes português ser batido, porque também ele esteve em destaque, com pelo menos quatro intervenções de grande qualidade. Rui Patrício que, nas estatísticas globais da Taça das Confederações, aparece no topo da lista com o maior número de defesas, 14, e apenas 3 golos sofridos.
O México, que até tinha sido o adversário da estreia na prova, provaria do seu próprio veneno: sofreu o golo do empate em período de compensações do tempo regulamentar (90’+1’), com um remate acrobático de Pepe a cruzamento do recém-entrado Ricardo Quaresma. O capitão, que festejou exuberantemente apontando com orgulho para o escudo da camisola que tão bem lhe assenta e que serve com indiscutível abnegação, repunha a verdade e levava a decisão do último lugar do pódio para o prolongamento. Que sorriu a Portugal, ironia do destino, através precisamente de uma grande penalidade a castigar mão na bola de Layún. E desta vez Adrien (que tinha substituído João Moutinho aos 81’) não perdoou, estreando-se também a marcar pela equipa portuguesa. Até ao final duas expulsões, ambas por acumulação de cartões amarelos, primeiro Nelson Semedo, depois Jiménez. Mas a medalha já era nossa. A possível, a de bronze, na mesma Rússia onde Portugal quer estar no próximo ano e para continuar a fazer os portugueses sonhar. Afinal, somos os campeões da Europa.