Saltou, festejou com os seus jogadores, celebrou como há muito não o fazia. José Mourinho conduziu o Manchester United ao primeiro título europeu desde Alex Ferguson e fez o seu pleno: quatro finais, quatro vitórias (Taça UEFA em 2003, Liga dos Campeões em 2004 e 2010 e agora a Liga Europa). Fez também história no ano de estreia em Manchester, porque este era o único troféu em falta, colocando o histórico clube inglês a par de Juventus, Bayern e do adversário da noite de Estocolmo Ajax no topo dos restritos clubes que conquistaram os quatro históricos títulos europeus, Liga dos Campeões, Liga Europa, Supertaça Europeia e Taça das Taças. Mais relevante ainda, a presença garantida na fase de grupos do próximo ano da principal competição da Europa a nível de clubes. Especial, sem dúvida. Único, também.

Em Estocolmo, o jogo acabou por ser mais tranquilo do que se poderia adivinhar, basicamente porque o United manietou por completo a jovem equipa do Ajax. A impotência da equipa holandesa reflectiu-se a todos os níveis e ninguém estranhou a diferença de dois golos no resultado. O caminho da glória começou a ser desenhado aos 18’, quando o remate de Pogba sofreu um desvio em Sánchez, e foi carimbado aos 48’ por Mkhytarian. Prevaleceu a forma inteligente e segura da equipa de Mourinho, ciente da importância desta vitória para o futuro.

David De Gea, que ao serviço do Atlético de Madrid já sabia o que era ganhar a Liga Europa, conquista o seu primeiro troféu europeu ao serviço do United, ele que tem sido ao longo dos anos um elemento absolutamente chave da equipa. Quanto a José Mourinho, acabou a época no sexto lugar da liga inglesa, mas com três troféus conquistados em cinco possíveis, sim, três troféus: Liga Europa, Supertaça Inglesa e Taça da Liga. Tudo no ano da sua estreia no Teatro dos Sonhos. E lá estará no início da próxima temporada a disputar a Supertaça Europeia. A 3 de Junho saber-se-á se perante o Real Madrid ou a Juventus.

Dois dias depois do terror vivido em Manchester com o ignóbil atentado que vitimou 22 pessoas e feriu 64 (muitas das quais crianças), a equipa comemorou sem esquecer o sucedido e uniu-se, uma vez mais, em redor de uma cidade e de uma dor, com uma mensagem: “Manchester, a City United. For Manchester” (Manchester, uma cidade unida. Por Manchester). Eles jogaram por Manchester. E ganharam.