Histórico. Portugal transformou a meia maratona da qualificação para o Euro’2024 numa prova de velocidade e, numa espécie de sprint, garantiu o apuramento mais rápido da sua história. Foram sete jornadas disputadas e sete vitórias asseguradas, a última das quais nesta sexta-feira no repleto Estádio do Dragão, diante da Eslováquia, com dois golos do inevitável Cristiano Ronaldo e um de Gonçalo Ramos. É verdade que a equipa portuguesa acabou por sofrer os dois primeiros golos desta qualificação, mas não deixa de ser um percurso tão imaculado quanto notável, quando ainda falta disputar três jornadas. Hallo, hallo Germany!, que é como quem diz: olá Alemanha, estamos a caminho! A fase final do europeu está garantida.

Numa primeira parte dominadora, por vezes arrasadora, e com alguns belos movimentos combinativos, a vantagem dada pela cabeça de Gonçalo Ramos, aos 18’, após assistência de Bruno Fernandes, era uma consequência lógica do que estava a acontecer no relvado. Que seria sublinhado pouco depois por Cristiano Ronaldo (29’) na conversão de uma grande penalidade a castigar braço na bola de Vavro a cruzamento de Rafael Leão. Acabaria assim, apesar de muitas outras situações que, na maior parte dos casos, foram anuladas com maior ou menor dificuldades pelo guarda-redes Dúbravka.

Se Portugal chegava ao intervalo com 16 remates, sete deles à baliza (terminaria o encontro com 25/12), já a Eslováquia conquistou o primeiro pontapé de canto aos 55’ e ensaiou o primeiro remate apenas aos 62’, facilmente anulado por Diogo Costa. Mas mesmo assim, e debaixo de uma forte e persistente chuvada, ousou fazer o que até agora mais ninguém tinha conseguido: marcar a Portugal. Um lance de infelicidade, porque o remate de Hancko, aos 69’, sofreu um desvio, que deitou por terra as aspirações de manter a baliza inviolada. Não foi preciso esperar muito para Portugal voltar a ter dois golos de vantagem, numa bela jogada de João Cancelo, com Bruno Fernandes a assistir Cristiano Ronaldo, que só teve de encostar. Era o terceiro de Portugal e o 125º do capitão português ao serviço da selecção nacional, que já representa há 202 jogos.

Ninguém diria que Portugal não só sofreria um como viria a sofrer um segundo golo, após seis jornadas a zero. Aconteceu a 10 minutos do final, num enormíssimo e indefensável remate de Lobotka de meia-distância. O apuramento directo estava já ali, João Félix e Diogo Jota, chamados ao palco principal, criaram o pânico na defesa da Eslováquia, mas Dúbravka estava determinado a fechar a porta a mais golos lusos.

E no fim ninguém nas bancadas arredou pé, cantou-se o hino, celebrou-se o apuramento de Portugal para o Euro’2024, que se realiza na Alemanha. Somando 21 pontos em 7 jogos, contabilizando 27 golos marcados e dois sofridos, quando ainda faltam três jornadas para o final desta fase. Tem, por agora, a companhia da Alemanha (anfitriã) e da Bélgica e da França, que também carimbaram o passaporte nesta sexta-feira. Num total de nove, esta é a oitava presença consecutiva em fases finais de Campeonatos da Europa e, no acumulado de Europeus e Mundiais, o 13º apuramento consecutivo.

A jornada dupla de Outubro conclui-se segunda-feira, com a deslocação de Portugal à Bósnia, quarta classificada do Grupo J, com 9 pontos.