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Mundial 2022 Qatar
O fim do sonho de Portugal

Lágrimas, frustração, desalento, tristeza, muita tristeza. A expressão no rosto de todos os jogadores portugueses, nomeadamente do capitão Cristiano Ronaldo, era reveladora do estado de espírito de uma nação que tinha a ilusão de chegar longe, muito longe no Campeonato do Mundo do Qatar. Marrocos não o permitiu. E aos quartos-de-final Portugal, que é sem dúvida melhor, viu o seu sonho cair por terra.

 

Portugal já sabia que este não iria ser um jogo fácil, que este não poderia ser comparável ao da Suíça, que resultou na tal vitória épica dos oitavos de final. E se a então capacidade finalizadora foi absolutamente arrasadora, desta vez faltou um golo para que pelo menos o prolongamento fosse uma realidade e outras perspectivas se abrissem à equipa portuguesa. Mas não. Desta vez, com infortúnio também, não aconteceu.

 

Marrocos fez história e é a primeira selecção africana a chegar às meias-finais de um Mundial. Com apenas um golo sofrido, na fase de grupos (Canadá), e mesmo assim um auto-golo. Marrocos defende, muito e bem, e desmultiplica-se velozmente nas transições ofensivas e no contra-ataque. Não os fez tanto assim contra Portugal, mas bastou um cruzamento para que En Nesyri saltasse mais alto do que todos e desviasse a bola para o fundo das redes nacionais.

 

Quanto a Portugal, sim, teve algumas oportunidades que foram quase todas travadas por aquele que viria a ser eleito o homem do jogo, o guarda-redes Bono, que foi super-herói ao travar dois remates igualmente fantásticos de João Félix e mais um de Cristiano Ronaldo, já no tempo extra. E quando não era Bono, a trave (Bruno Fernandes, 46’), o infortúnio ou a falta de pontaria (Gonçalo Ramos, 58’; Pepe, 90’+7’) mantinham a vantagem para a equipa africana, mesmo numa altura em que Portugal tentava tudo, com ansiedade e sofreguidão, enquanto o opositor se defendia com as garras de um genuíno Leão de Atlas.

 

O melhor ataque não conseguiu impor-se à melhor defesa do Mundial. Foi arrasador para a ilusão de um grupo de jogadores de qualidade mundial. Lágrimas, muitas, escorregaram ininterruptamente pelo rosto de Cristiano Ronaldo, desalento, frustração, tristeza, incredulidade no semblante de todos os jogadores. O sonho de igualar e superar 1966 e 2006 terminou.