Portugal regressou a casa para banho de consagração
E foi a loucura!
Apoteótica, assim foi a recepção à comitiva portuguesa que regressou de França com a Taça de Campeão da Europa e que a exibiu assim que a porta do Boing 737 se abriu pela primeira vez mal tocou solo português, a meias por Fernando Santos e Cristiano Ronaldo. Foram milhares e milhares os portugueses que quiseram agradecer o inédito feito destes heróis nacionais, que até chegaram escoltados por dois caças da Força Aérea Portuguesa e brindados com jatos de água com as cores nacionais.
Somos um povo feliz e o povo fez questão de o demonstrar. Desde o aeroporto de Lisboa, passando pelas principais artérias da cidade, acompanhando os dois autocarros panorâmicos até ao Palácio de Belém, e posteriormente no percurso até à repleta Alameda D. Afonso Henriques. O país quis agradecer e concentrou-se numa Lisboa vibrantemente colorida de vermelho e verde. Os jogadores, que irradiavam alegria, não se cansaram de entoar “A minha casinha”, dos Xutos & Pontapés, ou o mais recente slogan criado pela equipa “Pouco importa, pouco importa; Se jogamos bem ou mal; Vamos é levar a Taça; Para o nosso Portugal”, uma espécie de mote ao que muito foi dito sobre a performance da equipa portuguesa nesta marcha por França que se revelou triunfal.
O dia foi longo, longo, longo, agradavelmente longo. Já antes, na despedida de Marcoussis, Portugal tinha agradecido às centenas de emigrantes que ao longo de um mês não arredaram pé do centro de estágio, mostrando-lhes a tão desejada e querida taça; continuou no Palácio de Belém, onde os 23 magníficos foram recebidos pelo Presidente da República e pelo Primeiro-Ministro, receberam os alvarás das condecorações, Grau de Comendador da Ordem de Mérito (as medalhas serão entregues posteriormente), e ouviram de Marcelo Rebelo de Sousa palavras emocionadas de agradecimento e de orgulho. “A maior condecoração foi do povo português, de orgulho e gratidão. Vocês deram o exemplo do que é ganhar com coragem, determinação, espirito de luta e equipa, humildade Hoje, graças a vocês, temos mais razões para acreditarmos em Portugal”.
O banho de multidão continuou no Marquês de Pombal, que parou para saudar os campeões da Europa, e o auge foi atingido na Alameda D. Afonso Henriques, um cenário magnífico de comunhão entre equipa e população. No palco, todos cantaram, todos vibraram, todos festejaram. Os fatos da manhã já tinham, entretanto, dado lugar a práticas e confortáveis t-shirts, os cachecóis e bandeiras enroladas à volta do corpo lá continuavam – no caso de Cristiano Ronaldo também a bandeira da Madeira – e muita, muita felicidade. Foi lindo. Portugal teve a merecida homenagem; os portugueses a Taça que há tanto ambicionavam. Somos, hoje, um povo feliz.
Patrício, Pepe, Raphael e Ronaldo no onze ideal
A UEFA já escolheu o onze ideal do Euro’2016 e dele fazem parte quatro campeões europeus: Rui Patrício, Pepe, Raphael Guerreiro e Cristiano Ronaldo. Para a organizadora da prova, a equipa maravilha é constituída por Rui Patrício, Kimmich, Boateng, Pepe e Raphael Guerreiro na defesa, Kroos, Joe Allen, Ramsey e Payet no meio-campo e Griezman e Cristiano Ronaldo no ataque.
Por outro lado, Payet foi considerado o melhor jogador do Euro e, pasme-se, o primeiro português a aparecer nesta lista surge em sétimo lugar e é Cristiano Ronaldo. Do mal, o menos, Rui Patrício foi considerado o melhor guarda-redes – e que fantástica prova realizou –, Raphael Guerreiro o melhor lateral, mas Pepe foi injustiçado, porque também deveria ter sido eleito melhor central, o que não aconteceu, preferindo a UEFA o francês Laurent Koscielny. O gaulês Blaise Matuidi foi considerado o melhor médio defensivo, o alemão Toni Kroos o melhor médio centro e Payet o melhor médio ofensivo. Griezmann e Gareth Bale foram considerados os melhores extremo e avançado.