CR Best ever

FIFA Football Awards
Cristiano Ronaldo, The Best ever

Um sorriso rasgado; um beijo ao filho e outro à companheira antes de se erguer da cadeira; um abraço a Maradona, uma piscadela de olho e a consagração, com a vasta e distinta plateia do Palladium London Theater a render-se ao encanto do português. Cristiano Ronaldo acabara de ser eleito pela quinta vez na história o melhor jogador do planeta (o segundo The Best consecutivo desde que a FIFA se separou da France Football), superando a concorrência com números esmagadores: somou 43,16% dos votos contra os 19,25% de Messi e os 6,97% de Neymar. Superlativo como só ele sabe ser. The Best ever, que é como quem diz o melhor de sempre.

 

Em português, o penta melhor jogador do Mundo não esqueceu companheiros, clube, selecção, família, filhos (os que já nasceram e o que nascerá em breve) e sintetizou tudo ao classificar o ano que passou de “extraordinário” e ao “momento único” que volta a viver, “pisando pelo 11º ano” o palco da FIFA que distingue os melhores, fruto de “talento e também de trabalho duro e muita dedicação”. Em inglês, fez questão de se referir a Messi e Neymar, presidente e treinador do Real Madrid e os fans de todo o Mundo que o veneram. “E estamos em Inglaterra pela primeira vez… Estou muito feliz. É um grande momento para mim. A FIFA deu a oportunidade aos adeptos para escolherem. Sei que tenho adeptos por todo o Mundo e quero agradecer pelo apoio. É excelente estar aqui com estes grandes jogadores neste momento único da minha carreira”.

 

O The Best não conhece outro dono que não Cristiano Ronaldo. Este ano porque venceu o campeonato espanhol, porque foi campeão europeu, porque voltou a ser o melhor marcador da Champions (pela quinta vez consecutiva), porque arrebatou a Supertaça Europeia e a Supertaça Espanhola, porque conquistou o Mundial de Clubes e lá se sagrou o melhor marcador, porque… porque… porque é o melhor. É o terceiro prémio dos últimos 4 anos, vencendo em 2008 pelo Manchester United e em 2013, 2014, 2016 e 2017 pelo Real Madrid, sendo que nesta edição a FIFA alterou os parâmetros do troféu, prevalecendo a época desportiva ao invés do ano civil. Faltará agora saber para quem irá a Bola de Ouro da France Football.

 

Não foi a única distinção da noite de Cristiano Ronaldo. O português já antes do momento alto da gala tinha subido ao palco para integrar “a melhor equipa de futebol do planeta”, como lhe chamou o apresentador inglês Idris Elba, ou seja, o onze do ano FIFPro. Que é formado pelo guarda-redes Buffon (Juventus), pelos laterais Dani Alves (Juventus e agora no PSG) e Marcelo (Real Madrid), pelos centrais Bonucci (Juventus e agora no Milan) e Sergio Ramos (Real Madrid), pelo médios Modric (Real Madrid), Kroos (Real Madrid) e Iniesta (Barcelona) e pelos avançados Messi (Barcelona), Neymar (Barcelona e agora PSG) e Cristiano Ronaldo (Real Madrid). Ou seja, um onze com supremacia do campeão da Europa Real Madrid (5) e com a participação da finalista Juventus (3) e do Barcelona (3). Um prémio que Cristiano Ronaldo acumula desde 2007. Qual é a chave do sucesso?, perguntou-lhe a apresentadora. “Talento sem trabalho nada significa”, resumiu o melhor do Mundo, que não deixou de valorizar “as muitas horas de trabalho e dedicação” que o mantêm nesta cerimónia da FIFA nos últimos 11, presença essa que por ser assídua o deixa “profundamente orgulhoso”.

 

O Real Madrid esteve em peso na gala e ninguém se surpreendeu que o prémio de melhor treinador fosse atribuído a Zinedine Zidane, o técnico do Real Madrid que, excepção feita à Taça do Rei, não deixou escapar nenhum título. A melhor treinadora foi Sarina Wiegman que venceu o Campeonato da Europa feminino para a Holanda e a também holandesa Lieke Marten foi distinguida como a melhor jogadora.

 

Olivier Giroud, do Arsenal, venceu o prémio Puskas graças ao golo “à escorpião” apontado ao Crystal Palace, enquanto Gianluigi Buffon, finalista derrotado da Champions, foi considerado o melhor guarda-redes da época.

 

O togolês Francis Koné ganhou o prémio Fair Play, por ter salvo a vida a um adversário que estava a sufocar com a própria língua após um choque com um companheiro, e a distinção para os melhores adeptos foi dada aos escocês do Celtic.

jm