Real Madrid goleia Juventus e sagra-se campeão europeu
Cristiano Letal Ronaldo
Joelhos na relva, punhos cerrados, sorriso rasgado, olhos fechados, cabeça bem erguida e o grito de vitória que se prolongou por vários segundos antes de se prostrar definitivamente no solo, com todos os seus companheiros a celebrarem em cima dele, Pepe e James incluídos, eles que assistiram ao jogo na bancada. Cristiano Ronaldo era a imagem da felicidade madridista na noite de Gales. O Real Madrid acabara de conquistar a 12ª Champions da sua história (em 15 presenças em finais), arrasando uma Juventus completamente manietada na segunda parte. 4-1 foi o resultado final, com dois golos de Cristiano Letal Ronaldo, que também ele continua a fazer história. Dele, do clube, do mundo do futebol. O ouro, comparado com ele, é um metal precioso menor e para ele já não há adjetivos. Basta um: o melhor.
A época termina com o golo 600 da carreira de Cristiano Ronaldo, o seu 106º da Champions, terminando a edição deste ano com 12 e na posição de melhor marcador (Messi ficou nos 11), o que acontece pela quinta vez consecutiva: 12 em 2012/13, 17 em 2013/14, 10 em 2014/15, 16 em 2015/16 e 12 em 2016-17. Marcou ainda o golo 500 do Real Madrid na prova. Mais: transforma-se no primeiro jogador a marcar em três finais da Champions (Moscovo, Lisboa e Cardiff), conquistando o seu quarto troféu na prova rainha a nível de clubes. Foi o melhor da final. Letal.
A Juventus provou o veneno mortífero desta lenda viva por duas vezes e sucumbiu. Não à primeira investida, que aconteceu aos 20’, naquele que foi o primeiro remate do Real – jogada rápida de contra-ataque e pontapé certeiro de primeira para o golo –, porque sete minutos depois Mandzukic voltou a colocar tudo igual com um golo fantástico de costas para a baliza. Casemiro, aos 61’, colocava o Real em vantagem com um remate de longe, muito longe e fortíssimo, embora desviado por Khedira. E quando se esperava a reacção da Juventus eis que três minutos depois surge novamente o suspeito do costume, com a sua segunda investida, a desviar um cruzamento de Modric e a aniquilar qualquer esperança, por remota que fosse, da equipa italiana, que só neste jogo da final sofreu mais golos do que em toda a prova (chegara a Cardiff com apenas três encaixados).
Se é verdade que a Juventus entrou melhor no jogo, não deixa de ser menos verdade que se eclipsou na segunda parte, graças à superioridade madridista e à precisão de, claro Cristiano Ronaldo. Asensio, no minuto 90, colocava um ponto final na noite de Cardiff com um esclarecedor 4-1. A Juventus esteve presente em 9 finais e só venceu duas, enquanto Buffon continua, aos 39 anos, sem conseguir vencer qualquer Liga dos Campeões. O Real Madrid entra para a história. Cristiano Ronaldo é uma lenda vida… a caminho da sua quinta Bola de Ouro, num ano absolutamente memorável para o português.